sábado, 19 de fevereiro de 2011

ANVISA proibirá a venda de emagrecedores



A ANVISA pretende, a exemplo do que aconteceu na Europa, banir a comercialização de todas as drogas usadas para emagrecer que atuam no sistema nervoso central. São elas a sibutramina e os derivados de anfetamina: femproporex, dietilprapiona e mazindol. A única droga que continuará liberada será o orlistate (Xenical), que atua diretamente no intestino. A decisão deve ser divulgada no dia 1º de março.

A medida gerou polêmica entre os endocrinologistas que garantem que é radical demais e deixará pacientes sem opção de tratamento. “O controle da fome e da saciedade ocorre no cérebro, por isso, indicamos o uso dos medicamentos”, explicou o endocrinologista, Marcio Mancini.

“Quase metade da população brasileira tem sobrepeso. Muitos pacientes não conseguem perder peso com o tratamento clínico convencional, que inclui dieta e exercícios físicos. Como vamos controlar a obesidade desses pacientes sem mexer no cérebro?”, indagou o endocrinologista.

O Acre figura entre os dez estados, que têm maior prevalência de obesos, por estatística populacional por causa da alimentação inadequada (excesso de salgados e massas). “Queremos mudar esta realidade, por isso, estamos recrutando nossos sócios”, ressaltou presidente da Associação dos portadores de Obesidade do Acre, Edvanilson Carvalho.

A ANVISA tomou essa decisão com base em estudos que apontavam que a sibutramina aumenta o risco de problemas cardíacos. No ano passado, a Agência tornou mais rigorosa os critérios para a venda do medicamento, considerado de primeira classe no tratamento da obesidade pela maioria dos endocrinologistas.

Segundo a Associação Nacional de Farmacêuticos, o resultado da medida é preocupante, pois esses medicamentos não serão mais de acesso à população e tornando-se ilícitos poderão trazer ainda mais problemas de saúde pública.

“Não é necessário banir todo um grupo terapêutico e deixar os pacientes sem nenhuma opção, mas sim aumentar o controle”, comenta Maria do Carmo Garcez, presidente da Associação. Oficialmente, o Ministério da Saúde reconhece pelo menos 13% dos 180 milhões de brasileiros como obesos; e 43% com sobrepeso. Estima-se que cerca de 42 milhões de adultos precisem adotar medidas contra esta doença crônica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário