segunda-feira, 28 de março de 2011

“Canalha, substantivo feminino”

“Toda família tem uma mulher canalha”
A afirmação é da autora do livro “Canalha, substantivo feminino”. Martha Mendonça desvenda as canalhices do universo feminino. Quem disse que só os homens sabem ser canalhas? A jornalista Martha Mendonça não só questiona esta prerrogativa como traz histórias para elucidar o fato de que, sim, elas também podem ser cruéis e cafajestes em uma relação a dois. “As canalhas se fazem se vítimas, fazem com que os outros sejam prisioneiros. Qualquer família tem uma mulher canalha desse tipo”, afirma Martha.

Em seu novo livro “Canalha, substantivo feminino”, Martha traz seis histórias narradas em primeira pessoa. Em todas elas, é a mulher quem trapaceia, mente, trai e, sem dó nem piedade de seus companheiros de trama, usa e abusa dos sentimentos alheios. Ali estão os - não tão raros - exemplares da natureza amoral que a jornalista conjuga em gênero feminino.

As protagonistas dos contos são: Larissa, ex-estagiária, e a relação com seu chefe; Ângela, promotora de eventos, e o caso com o namorado de sua filha; Ingrid, a modelo e atriz que tenta ser alpinista social; Mariana, arquiteta, que se envolve com um amigo da juventude; Diana, professora de inglês, que resolveu testar o ciúme de seu noivo; e, por fim, Cristina, dentista, e o ódio que desenvolveu pelo marido ao longo dos anos.

A autora diz que não fez uma pesquisa de campo sobre o assunto. Apesar disso, já é chamada de “canalhóloga”. “Várias mulheres que souberam do meu livro, antes de publicado, mandaram e-mails dizendo que queriam lê-lo como livro de cabeceira. Elas se identificam com as histórias”, conta.

iG: Como identificar uma canalha?
Martha Mendonça: O maior problema é que elas não são de fácil identificação. Entre tantas, tem a pior, que é a frágil e manipuladora. Elas atuam na vitimização, na chantagem emocional e vão pondo o homem contra os filhos, contra a família... Até conseguir o que querem. As canalhas se fazem se vítimas, fazem com que os outros sejam prisioneiros. Qualquer família tem uma mulher canalha desse tipo. Pode passar uma vida e ninguém vai identificá-la.
iG: Que conselhos você daria para um homem não cair no papo de uma canalha?
Martha Mendonça: Ah, coitadinhos dos homens, né? (risos). Bem... Nunca achar que uma mulher é muito perfeita. Se ela parece perfeitinha demais, coloque o pé atrás, alguma coisa está errada ali.
iG: “Uma” canalha é pior que “um” canalha?
Martha Mendonça: Depende dos canalhas, de ambos os lados. As canalhas se acham as piores, pelo menos é o que acham os homens. Costumo dizer que os homens são mais canalhas na quantidade. Já as mulheres são mais canalhas na qualidade.
iG: Toda mulher tem um lado canalha?
Martha Mendonça: Não estou aqui para dizer que a mulher é canalha, mas para dizer que pode ser também. Como pode ser tudo. A gente tem capacidade para tudo. Até para ser canalha, por que não?
iG: A pessoa é canalha por desvio de caráter ou por puro sentimento de vingança?
Martha Mendonça: É a junção da natureza com a necessidade de autoafirmação. Elas não são movidas de vingança. Prefiro até que as chamem de louca. É engraçado, porque depois desse livro estão me chamando de “canalhóloga”. Mas recuso este título, porque não fiz uma pesquisa de campo.
iG: São histórias baseadas em fatos reais?
Martha Mendonça: Histórias completamente verídicas, não. Mas todas elas têm alguma inspiração em alguém que eu conheci.
iG: Por que resolveu escrever este livro?
Martha Mendonça: Quando tento entender a mim mesma por que resolvi fazer este livro, me vem à cabeça um outro livro, o “Meu querido canalha”, coletânea de contos. Nele, os homens eram sedutores e as mulheres tremendas idiotas. Isso me aborreceu. Gostar de ver o lado pelo avesso, ver outro ângulo. Quando comecei a escreveu o livro, resolvi fazer uma homenagem a todos os autores homens daquele livro e inclui o nome deles nos meus personagens. Ruy (Castro), Geraldo (Carneiro), Marcelo (Madureira), entre outros...
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