segunda-feira, 21 de março de 2011

Mulheres desejam menstruação rápida e livre de incômodos


 Tratamentos que suspendem o fluxo nem sempre agradam.
Pesquisa mostra opinião feminina sobre a menstruação.
 Menstruar é bom ou é ruim? A pergunta parece simples, mas a resposta muda muito de mulher para mulher. Para algumas, menstruar é sinal de saúde e de alívio, porque dá a certeza de não estar grávida. Para outras, um suplício interminável de fluxo exagerado, desconforto e cólicas.

Menstruação divide opinião das mulheres
“Ouço das minhas pacientes que o ideal seria ficar menstruada uma única vez por mês, das 8h às 10h, com a necessidade de apenas um absorvente”, brinca o ginecologista Carlos Petta, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Brincadeira à parte, o desejo da maioria das mulheres se resume a uma menstruação menos intensa e menos duradoura. Uma pesquisa recente da Unicamp mostra que 81,1% das mulheres querem uma menstruação rápida, cujo fluxo não chegue a três dias.

“A mulher exerce uma atividade remunerada (70%), a maioria (92%) fora de casa. Não dá para ficar menstruando por vários dias, sentido cólicas e preocupada com a troca de absorventes. Isso é complicado demais na vida da mulher moderna”, avalia o médico.

A mesma tendência é verificada em outra pesquisa, realizada pela Unifesp com 4.089 mulheres. Mais da metade (54%) afirmaram que tomam pílula contraceptiva para aliviar os sintomas da TPM e melhorar a qualidade de vida. O percentual perde para a liberdade sexual (42%) e uso de vitaminas na pílula (22%), embora ambos reforcem a ideia de que a pílula está sendo vista como mais do que um contraceptivo.

Menstruar sim
Mesmo desagradável para muitas mulheres, algumas (12% na pesquisa da Unicamp) não abrem mão dela. Os motivos são variados. Mais da metade (54%) vê o sangramento como sinal de boa saúde, enquanto 38,9% gostam da confirmar que não estão grávidas.

Há mulheres que se sentem mais limpas (29%) ou mais leves (26%) ao menstruar. Por fim, cerca de 21% consideram a menstruação uma forma de afirmar sua feminilidade.

O desejo de controlar o fluxo menstrual também se mostrou presente na pesquisa da Unicamp. As mulheres entrevistadas (66,1%) disseram que gostariam de controlar o fluxo pelo anticoncepcional, para que o sangramento fosse menos intenso.

A pesquisa detectou ainda a persistência de uma antiga prática, hoje desnecessária, entre mulheres que tomam pílula. “A pausa de 2 ou 3 meses no uso do contraceptivo para limpar o organismo. Isso, hoje, é um mito”, comenta Afonso Nazário, chefe do departamento de ginecologia da Unifesp.

A prática havia sido disseminada nos primórdios da pílula, quando ela tinha altos índices de estenilestradiol, um hormônio sintético. “A pílula tinha 200 vezes mais este componente, em comparação às pílulas atuais”, afirma. O composto está relacionado ao risco de câncer de mama e trombose. “O risco hoje não é nulo, mas é expressivamente menor”, garante.
Fonte: IG/mulheres

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