quinta-feira, 24 de março de 2011

Infarto


Duas mulheres jovens são internadas por dia vítimas de infarto Genética, cigarro e anticoncepcional fizeram Ana Carina Perez infartar aos 31 anos. Ela tinha 1% de chance e sobreviveu.
Infarto de Ana Carina Perez, aos 31 anos, é um alerta às mulheres jovens.

Segundo levantamento feito pelo iG Saúde no banco virtual do Ministério da Saúde, de 2008 a 2010, em média, duas mulheres de 20 a 39 anos são internadas por dia vítimas de infarto. Para tal faixa etária, a dobradinha entre pílula e cigarro, associada à pré-disposição genética, são os principais gatilhos da doença.

Ana Carina Perez deu entrada no hospital Santa Catarina, na zona sul de São Paulo, no dia 3 de março deste ano com a expectativa de vida reduzida a uma estatística trágica: apenas 1% de chance de sobrevivência, número revelado pelo plantonista que a socorreu. Aos 31 anos, a dona de um famoso bar na Vila Mariana, na zona sul da capital, tinha sofrido um infarto. A artéria principal do coração ficou obstruída por um coágulo, impedindo a passagem do sangue.

No inconsciente coletivo, 1% é praticamente nada, quase zero. O pessimismo involuntário da estatística, quando invade a medicina, é ainda mais assustador. Na contramão da probabilidade, porém, algumas histórias de quase morte sobrevivem e resultam em alerta, trazendo à tona velhas e bombásticas combinações que podem ser fatais à saúde da mulher jovem.

Em um dia normal de trabalho, Ana Carina começou a sentir uma forte dor nos ombros. Inicialmente, achou que tivesse apenas sofrido uma leve torção, mau jeito, após um movimento brusco. Em seguida, além da dor, passou a ter fraqueza e tontura.

“Já passava das 14 horas, eu tinha acabado de apagar um cigarro, e estava sem comer desde o café da manhã.” O diagnóstico caseiro de pressão baixa a fez comer uma azeitona na tentativa de solucionar o desconforto.

Pouco tempo depois, aos sintomas somava-se a forte dor no peito e a confirmação do infarto. Em menos de 20 minutos após dar entrada na emergência do hospital, ela já estava no que define como “salinha do terror”, local onde foi preparada antes de ser encaminhada ao centro cirúrgico para fazer um cateterismo.

“Ouvi o médico falar que eu não tinha tempo, era preciso correr. Nessa sala, foi tudo muito rápido, eu tentava ajudar a tirar a minha roupa, o brinco, mas não podia fazer esforço algum. Só tomava bronca por me mexer. Estava encharcada de suor, chorava descontroladamente e até me despedi do meu pai.”

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